Ando a usar situações da vida para afinar o ouvir da minha intuição.
Percebi que finalmente estou a segui-la — e isso é, para mim, o maior ensinamento espiritual de sempre.
Tão simples e tão difícil!
Difícil pela desconexão que temos hoje com o nosso corpo — ele acaba por ser a última parte de nós que ouvimos.
O nosso corpo, porém, tem o condão de manifestar as emoções sem travar, mentir ou deturpar.
O corpo sente e pronto.
E isso faz dele um dos únicos sinais internos verdadeiramente fiáveis.
Passo a explicar:
Os sinais como números repetidos, sincronicidades, coincidências, continuam a depender da nossa interpretação interna e do fluir da vida.
Não são os sinais externos que têm a capacidade de dizer-nos o que fazer.
Sinais são coisa externa.
O corpo é coisa interna.
O corpo não mente — a mente, essa sim, pode estar desalinhada, pode inverter os sinais, interpretar de forma errada… ou até correta, claro.
Mas o corpo? O corpo responde diretamente.
Passem para o corpo:
Por exemplo, começam a sair com alguém e vêm constantemente números repetidos.
Vocês pesquisam, questionam-se: o número é positivo ou negativo? O que quer dizer?
O vosso corpo já vos dá a resposta:
Se houver ansiedade, tensão, aperto… ou até nada, neutro, morno — é um não.
Se no início de um relacionamento há euforia, excitação exagerada para o contexto — também é não, porque remonta à ilusão.
Mas se há leveza, um sim profundo e calmo, um corpo que respira e sente bem-estar, um sorriso interno…
Se isso tudo vem misturado com alguma excitação mas de forma suave, sem euforia — então é um sim.
É no corpo que nós sabemos — e não nos sinais.
Este é, para mim, o verdadeiro caminho espiritual:
ouvir-me de forma limpa, sentir quando algo vibra comigo — e escolher com paz, mesmo que custe um pouco no início.
Escolher a mensagem que o meu corpo tem para mim… isso é seguir a intuição.
Existem outras formas, claro — provavelmente existem e podemos usar.
Mas esta do corpo?
Para mim, é infalível.
PS:
E quando sentimos borboletas na barriga?
Esse sentir é leve?
Ou dá voltas à barriga, forma um caroço no pescoço, faz soar desnecessariamente os alarmes internos?
Ficas a pensar que podes fazer algo errado e entras no modo de controlo para que gostem de ti?
Ou é uma excitação alegre, não exagerada, uma antecipação boa, aquela sensação de que algo genuinamente bom vai acontecer?
São tudo sinais diretos.
Claro que a mente entra na conversa e diz:
"Ansiedade é normal, estamos no início…"
Mas lembrem-se:
A mente pode interpretar mal — tanto sinais externos quanto internos — devido às condicionantes do passado.
O corpo não mente.
Para isso, voltem a entrar em conexão com o corpo.
Nem sempre precisa de ser a mente a resolver tudo.
Exercício para ouvir o corpo antes de decidir
1️⃣ Para um momento. Respira fundo 3 vezes.
Fecha os olhos e imagina-te dentro da situação:
- A viver naquela casa,
- A iniciar aquela relação,
- A aceitar aquela proposta…
(O que for que estejas a decidir.)
2️⃣ Observa o corpo com honestidade:
Sentes aperto, tensão, “caroço” no pescoço?
Sentes ansiedade, agitação sem paz?
Ou simplesmente… não sentes nada (neutro)?
⚠️ Se sim, é NÃO.
3️⃣ Ou sentes outra coisa?
Leveza?
Bem-estar?
Sorriso interno calmo?
Uma excitação suave, natural, mas com serenidade?
✅ Se sim, é SIM.
4️⃣ Não forcem a mente a decidir:
O corpo já deu a resposta.
Só respeita o que ele diz — sem interpretações excessivas.